Entrevista com Fernando Almeida
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"Os carros são apenas as ferramentas para aumentarmos nossa rede de amizades"
MAXICAR - Porque o GOL GTI?
FA– Sempre admirei pessoas que têm coleção de automóveis e coloquei nos meus planos ter uma também, no dia em que tivesse minha vida estabilizada. Em 2004 resolvi iniciar a realização deste sonho. Como o Gol GTI foi um divisor de águas em termos de tecnologia e apelo visual dos carros no país, marcando fortemente os anos 1990, época de minha adolescência, decidi por iniciar a aquisição destes modelos. Em 1990 eu tinha um Chevette “pelado” que além de não ter ar quente, ainda entrava água quando chovia. Naquela época ter um GTI era somente para poucos privilegiados.
MAXICAR - Quantos GOL GTI atualmente em sua coleção?
FA – Hoje disponho de 11 GTIs, 9 deles em casa e 2 em restauração no Studio By Deni, em Indaiatuba-SP.
MAXICAR - Qual o mais antigo e qual o mais novo?
FA – O mais antigo é o 1988, chassis 00000457. O mais novo é o 1994 preto universal (sólido).
MAXICAR - Algum deles tem alguma particularidade?
FA– Todos eles tem uma particularidade, seja o apelo financeiro para a aquisição, ou a viagem para a compra. Cada carro tem o seu histórico e sua respectiva “pastinha” de custos e manutenção. Todos seguem os padrões originais.
MAXICAR - Onde são guardados seus veículos?
FA – Parte deles ficam na minha casa e outra parte da casa de outro colecionador, o Fábio Costa.
MAXICAR - Como é programada a manutenção?
FA – Acompanho pela “pastinha” de cada um. Procuro usá-los com certa frequência, pois “carro parado é carro estragado”. Troco sempre o óleo e os filtros com atenção.
MAXICAR - Tem alguma outra coleção como a sua no Brasil?
FA– Temos a do Fábio Costa, que deve estar beirando os 14 GTIs. Existem outras menores no país, mas de muita qualidade. Nós, colecionadores, temos muito contato entre si, procurando sempre evitar a compra de um carro “pirata” (batido ou com algum defeito grave). Com a internet este caminho ficou bem mais curto. Hoje os carros são apenas as ferramentas para aumentarmos nossa rede de amizades. É incrível, mas em todos os lugares sempre há alguém que goste de um GTI.
MAXICAR - Poderia nos informar em quanto esta avaliada sua coleção?
FA – Os automóveis de coleção do nosso país são raros e fica difícil colocar um preço neles. São carros que não se encontram na tabela FIPE. O preço de um carro de coleção se define com duas esferas: 1 – quanto o comprador está disposto a gastar pelo carro; 2 – quanto o vendedor está disposto a receber pelo carro. Chegando num consenso, o preço se define. Os últimos GTIs de qualidade que foram negociados passaram dos 50.000 reais. Te digo que não vendo nenhum dos meus.
MAXICAR - Como transporta todos para expô-los em um evento?
FA – Dificilmente levo meus carros em encontros. O brasileiro ainda não tem maturidade para admirar o carro alheio. Prefiro fazer meu Almoço FAC uma vez por ano e apresentar todos os meus carros, pois sei que só terei gente que sabe apreciar uma raridade presente no evento. Tenho aberto uma exceção para o evento “Carros e Amigos” em Indaiatuba-SP, quando levo meus carros todos na cegonha da Barigui Veículos. Vou seguindo a cegonha desde casa até o destino final!
MAXICAR - Pergunta de Antigomobilista...você conversa com seus veículos? (http://www.maxicar.com.br/old/convidado/6745colunista_convidado_24.asp)
FA – Acho difícil algum colecionador não estar fechado em sua garagem conversando com suas raridades. Conversar com os carros ou consigo mesmo, apreciando cada detalhe... não tem preço. Só quem coleciona ou admira muito a sua raridade sabe do que estou falando.
MAXICAR - Se manterá fiel à coleção dos GOLs GTI ou pretende colecionar outros modelos?
FA- Vou manter esta linha, mas vou aumentar a coleção somente quando puder tê-los todos na mesma garagem!
MAXICAR - Tem algum modelo ou edição do GOL GTI que não esta em sua coleção?
FAC – Existe sim. Não tenho na coleção os GTI da geração “Gol bola”, pois são carros que não marcaram época no país, já que eram muito parecidos com as versões intermediárias e foram lançados quando o Brasil já começava a vinda dos esportivos importados.
MAXICAR - Se você tivesse que ir a um evento, qual dos GOLs de sua coleção escolheria...e por que?
FA– Levaria o 1988, por ser o mais lembrado pelas pessoas.
MAXICAR - Que conselho daria a um iniciante que sonha começar uma coleção de veículos de mesmo modelo?
FA – Compre somente carro de qualidade. Restaurar carro não é fácil. Sofri muito na mão de especuladores até chegar no meu atual restaurador. Fui enganado, fui roubado, perdi tempo e dinheiro na mão de restauradores de araque. Hoje tenho minha equipe toda definida e pago bem, sem me aborrecer. Estou no céu!!!
MAXICAR - Chegamos ao final da entrevista. Deixamos o espaço livre para você, Fernando Almeida, deixar sua mensagem para os leitores do MAXICAR... a palavra é sua!
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| Marco Rebuli e Fernando Almeida |
FA – Prezados leitores, conforme mencionei em uma das respostas acima, o mais importante não é “ter os carros”... importante é usar os carros para fazer novas amizades ! De nada adiantaria eu ter a coleção e não mostrar para ninguém, ou me esconder atrás de vários carros... Eu uso, divulgo, ajudo e me relaciono através de minha coleção com todo o país, e fora dele também. Hoje tenho um fã, Rex Parker, que conheci no SEMA Show em Las Vegas, morador em Hunnington Beach, que é engenheiro da LOTUS... e por aí vai...
Fica aqui meu e.mail para quem necessitar de alguma ajuda ou informação: fernandoralmeida@terra.com.br
Quero agradecer em especial ao Studio By Deni, de Indaiatuba e aos amigos Fábio Costa e Gesnel Veiga. Este trio me ajuda a manter a coleção viva, sem eles certamente eu não estaria aqui respondendo estas perguntas do MAXICAR.
FONTE : http://www.maxicar.com.br/
