Fusca - Garagem dos Sonhos
Em um verdadeiro santuário caseiro, vinte e dois VW Fuscas descansam
sob o olhar de um colecionador
Dez anos se passaram desde a primeira compra. Atualmente, ele possui 22 besouros. Nove encontram-se abrigados em uma garagem. Os outros ainda não foram restaurados, mas logo estarão disputando espaço ao lado dos demais.
Relíquias
Logo na entrada nos deparamos com o apelidado “esfria saco”. O modelo 1951, fabricado por um pequeno período, vem com uma entrada de ar localizada à frente da coluna dianteira, que é responsável por fazer a refrigeração interna do veículo. Com o forte frio da Europa, o acessório não teve muito sucesso e foi retirado da linha de produção.
Em seguida avistamos o Zwitter, ano 1953. Na tonalidade verde, o “carro” apresenta vidro traseiro bipartido e sinaleiras laterais intituladas de bananinhas, que acompanharam os modelos até 1960. Seu irmão, desenvolvido logo em seguida, também faz parte da coleção. O grande diferencial entre os dois fica por conta do vidro traseiro, que nessa versão se apresenta no formato oval.
O 1954, primeiro habitante da garagem, apresenta vidro traseiro oval, teto solar de três dobras e uma curiosidade: o carro desembarcou no Brasil pintado de marrom metálico, uma cor exclusiva e que não fazia parte das disponíveis pela montadora na época. Quem o importou fez um pedido especial de pintura, tornando-o ainda mais exclusivo.
Entre todos os Fuscas, existe um que nunca é lavado. Coisa de colecionador. Apelidado de sujinho, o Sedan 1955 na cor azul e vidro oval foi adquirido em Santos. O veículo, dado de presente aos filhos de seu antigo dono, não agradou e foi colocado à venda. Logo, Alonso não perdeu tempo e comprou o carro, arrumando-lhe um espaço na garagem.
Vindo de Anápolis, um outro sedan, este de 1966, possui vidros com medidas maiores que o nosso nacional. Além disso, o pára-brisa dianteiro é abaulado, ou seja, foi confeccionado com uma ligeira curva, diferente dos nacionais fabricados com vidros retos. Abandonado, servia de abrigo a roedores e, ao contrário do Fusca anterior, sempre passa por boas lavadas.
Já um conversível 1959, totalmente original alemão, antes de chegar ao seu novo endereço demorou três anos para ser restaurado. Sua grande característica é que ele disponibiliza as bananinhas, localizadas em sua coluna, item que na época não foi autorizado pelo nosso país para veículos do mesmo modelo que chegaram via exportação.
Fechando a apresentação, daqueles que já estão prontos, existe ainda o 1986, cuja empresa Sulan, sob licença da Volkswagen, transformou em um belo conversível.
No aguardo para fazer parte desse lugar cheio de histórias estão alguns modelos dos anos 50, 51, 53, 56, 59, 63 e 64.
Originalidade
Durante todo esse tempo, Alonso aprendeu a respeitar cada detalhe da vida de seus carros e hoje é grande admirador da aparência desgastada que alguns apresentam. Segundo ele, existem traços que devem ser mantidos para que o veículo não perca o encanto.
Na garagem os estilos dividem o espaço e proporcionam nostalgia ao lugar. Para completar sua coleção faltam apenas dois exemplares: o modelo 57 e o 58. Mas, segundo Alonso, logo eles aparecem.
Respeitado e conhecido no meio dos amantes do Fusca, o colecionador compartilha idéias, informações e faz questão de passar referências dos carros para quem necessita. Coisa que não teve quando começou.
Em julho deste ano o fanático colecionador resolveu conhecer o país onde tudo teve início. Participou, como visitante, do Encontro de Bad Camberg, na Alemanha, considerado um dos melhores eventos de Fusca do mundo. Deslumbrado, não sabia o que olhar primeiro. “Quando me deparei com toda aquela fartura de peças e carros, eu me senti na própria Fuscalândia”, brinca.
Para o futuro, a idéia é montar um museu onde exista rotatividade. Além de receber seus próprios carros, também daria oportunidade de exposição a outros aficionados pelo sedan alemão. Assim todos contribuirão para que essa história nunca termine. Agora é só esperar.
FONTE http://www.streetcustoms.com.br
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